quarta-feira, 17 de setembro de 2014

POLÍTICA E GESTÃO - PELO PADRE MATIAS SOARES (SÃO JOSÉ DE MIPIBU-RN)

A política pensada para o Bem Comum éexigente. Não é coisa de picareta. Quem faz política pensando em benefíciopróprio é o pior dos assassinos da Sociedade. Estes não matam só a um, dois,três (...). Suas ações cometem hecatombes. Basta perceber a situação da saúde,segurança, educação e tantos outros direitos sociais que, como não são garantidos,levam à morte direta ou indireta de milhares de cidadãos. Odiscurso político da modernidade de que os “fins justificam os meios”, para aobtenção do poder, é perverso. Quem o defende é um pervertido, pois a verdadenem a justiça iluminam a sua consciência; e quando estas são extirpadas dasrelações humanas, as consequências são terríveis.
Por mais que sejam apresentados planos degoverno no período das campanhas eleitorais, percebe-se um grande e preocupanteafastamento entre política e gestão. Na política pensada e realizada como jogode poder, não há espaço para administrações eficientes e eficazes. Por sinal,nas nossas conjunturas políticas, existe pouco espaço para bons gestores. Opovo não está preparado para este discernimento e ainda se submete aos esquemasfalidos e horrendos que perpetuam figuras despreparadas, demagogas e portadorasdo poder econômico, que fazem política como um negócio para a obtenção de maisdinheiro. A cisão é clarividente e, provavelmente, vai demorar a mudar.
Um processo para que a gestão seja o meiopara o crescimento e o desenvolvimento vai exigir muito mais de toda aSociedade. Não podemos pensar que quando falamos em crescimento estamos falandode desenvolvimento. Há um discurso falacioso, propagandístico e manipuladorsobre ambos. Um deve estar em sintonia com o outro. Construir as estruturasfísicas e econômicas em detrimento do bem integral da pessoa humana não édesenvolvimento. Não esqueçamos que a política e a gestão devem estar a serviçoda dignidade da pessoa. Não podemos falar em crescimento e desenvolvimentoquando os esquemas econômicos, mercadológicos e estruturais não priorizam o bemdo povo. Falta capacidade administrativa dos gestores públicos para dar estepasso qualitativo para que possamos retomar a autenticidade da política. Porque é que a Mídia assumiu um papel tão importante na posmodernidade para apolítica mundial? Porque ela apresenta símbolos sem consistência no real, queservem para “dominar” um rebanho desorientado por falta de educação econhecimento.
Os princípios constitucionais da legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (CF. Art, 37) sãoreferências positivadas pelo Estado para que o serviço ao bem da Sociedade sejasalvaguardado. Contudo, existe uma complexidade tremenda para a execução destesfundamentos. A própria constituição testifica, e claro que justamente, que opoder emana do povo, ou seja, é este mesmo que continua a escolher quem nãoestá preparado ética e tecnicamente para gerenciar os bens públicos. Por isso,que, esta urgente e necessária conexão entre política e gestão é uma construçãoque exige de todos uma atenção profunda e séria.
Por fim, também percebemos sinais localizadosde relação e concretização da arte comum (política) advinda do povo e da arteespecífica (técnica) que é própria de grupos mais definidos que estão fazendo adiferença nalguns lugares do nosso País. Temos que avançar sem perder aesperança de que dias melhores virão na prestação de serviço quantitativo equalificado para o bem da população. O povo precisa e agradece. Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibu-RN

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